Entrevista nos 60 anos de Record (Parte 2)
RECORD – Como caracteriza a evolução do produto Record? Reconhece a existência de um período sensacionalista, outro da fase de profissionalização dos quadros e outro mais recente de procura de novos caminhos, nomeadamente de abertura a novas áreas de noticiabilidade, como sejam os temas generalistas? RECORD – Como encarou as resistências internas e externas ao noticiário generalista, cujas portas o Record abriu na imprensa desportiva? RECORD – A imprensa generalista, ao contrário, apostou no desporto… RECORD – Como defende que sejam, no jornalismo dos nossos dias, as relações com clubes e dirigentes?AP- Discretas e institucionais. Se passarmos a fronteira do convencional, trocaremos algumas notícias de menor valia, que simpaticamente nos darão, pela tentativa do silêncio quando tivermos a informação pura e dura. E não é isso que o leitor espera de nós. RECORD – Em quase sete anos na direção do Record quantas vezes já se encontrou com dirigentes ou com empresários? RECORD – Esqueceu-se do Belenenses… RECORD – E quanto ao FC Porto? RECORD – O que pode responder aos leitores que se insurgem contra o facto de raras vezes o Record dedicar primeiras páginas ao FC Porto? RECORD – E a política editorial deve basear-se sobretudo na lei do mercado? De que forma é que isso é conciliável com o jornalismo? RECORD – A administração do Record nunca se meteu nos conteúdos? Alguma vez se sentiu pressionado?AP – Tem feito pontualmente críticas e também elogios. E tem dado algumas ideias. O que agradeço porque é com as críticas que corrigimos os erros, é com os elogios que nos motivamos mais e é com as ideias que andamos para a frente. Aliás, uma boa ideia interessa pouco de quem vem e a nossa disponibilidade para a ouvir tem de ser total. Quanto às pressões, nestes anos todos, resumo-as a uma palavra: zero. RECORD – A regionalização das edições, a exemplo do que acontece em Espanha, poderia também ser uma solução em Portugal? RECORD – É comum, na opinião pública, os três jornais desportivos serem identificados com os três maiores clubes. É justa a relação Record/Sporting? RECORD – A Seleção Nacional de futebol é fundamental para o sucesso da imprensa desportiva, sabendo-se que em Portugal se vive o fenómeno da clubite? RECORD – Quais as principais diferenças que consegue identificar entre o jornalismo desportivo atual e o que conheceu há mais de duas décadas? RECORD – Qual o elemento mais perturbador do jornalismo desportivo que hoje se faz? A denúncia das restrições e as notícias RECORD – Perante as restrições dos clubes (proibições de entrar nos treinos, blackouts seletivos, etc…), não deveriam os jornais e os jornalistas ter um papel mais denunciador? Furiosos dramáticos no fenómeno off-side RECORD- O “Off-Side” foi um projeto que nasceu antes do tempo? RECORD- E estão onde? RECORD- Que conselho daria, há 25 anos, a um jovem jornalista? E hoje, o conselho é diferente? As fontes organizadas não controlam tudo RECORD- Estarão os jornalistas reféns das fontes organizadas dos clubes? RECORD- Como lida o Record com as “zangas” recorrentes dos clubes mais importantes? Autores: ARTUR AGOSTINHO, ANTÓNIO MAGALHÃES, ANTÓNIO VARELA, JORGE BARBOSA E SOFIA LOBATO Na entrega do Prémio “Off-Side” a mestre Vítor Santos, em 1984 |